The Opening Monologue

É uma tarde de domingo extremamente tediosa. Depois de mais uma semana tediosa. No decorrer de um mês de fevereiro bem complexo. Eu sou do tipo de pessoa que sempre pensa demais sobre tudo. Passo mais tempo pensando no filme que vou assistir do que assistindo de fato. Mais tempo pensando no que vou comer do que comendo, se vou ou não à academia tentar virar uma espécie de Beyoncé brasileira carioca hipster (o que nunca deu certo), se volto a escrever ou se sigo pensando.

No último mês, minha vida virou um típico filme do Woody Allen. Daí vem a capa desse blog, o título desse texto, a foto de apresentação e a crescente identificação com a Annie Hall (o que eu ainda não consegui identificar se é bom ou ruim). Quando a sua vida muda desse jeito é um bom momento pra voltar a escrever e buscar inspiração nesse admirável mundo louco em que vivemos.

Muitas vezes as coisas acontecem sem nenhum tipo de aviso prévio. Em segundos, minutos e/ou alguns dias, tudo muda. Uma hora estamos vivos, no minuto seguinte podemos morrer. Enquanto eu estou aqui na tentativa de escrever algo compreensível, pessoas estão nascendo. Ou morrendo. Ou vivendo. Ou pensando no que fazer. Bukowski já dizia: “talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos”.

Somos seres que na auto-suficiência já são confusos, complexos, loucos. Buscamos relacionamentos que conseguem ser ainda mais confusos e complexos e malucos do que nós mesmos. Talvez seja essa loucura que faz o mundo ser admirável. A verdadeira loucura consiste na inércia da falta de ação e na impossibilidade de crer no outro, nas suas possibilidades, nas suas vontades. O mundo pede loucura, nós clamamos por ela.

A impossibilidade moral de viver a vida sem um pingo de loucura é verdadeiramente o mais louco, já que a normalidade, a coerência, a correção podem ser, em dado momentos, insuportáveis. E que pensemos menos. Que queiramos mais. Que façamos mais. Mais amor, mais loucura. E claro, mais Annie Hall.

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Bárbara Matos. Tecnologia do Blogger.

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